nav-logo
Compartilhe

    Veja qual vacina tomar de acordo com a sua idade

    Confira o calendário geral com as vacinas recomendadas para cada fase da vida

    Por Raquel RibeiroPublicado em 26/04/2022, às 14:48 - Atualizado em 28/04/2023, às 17:20
    Foto: Shutterstock

    O calendário de vacinas faz parte da nossa rotina desde os nossos primeiros dias de vida. Até os dois anos de vida, as crianças recebem a maioria das doses que irão protegê-las de doenças graves – e até fatais – por muitos anos.

    Mas, com tantos nomes e orientações, fica fácil se perder quando é preciso retornar ao posto ou à clínica para completar o calendário. Pensando nisso, preparamos um calendário geral com as vacinas recomendadas para cada fase da vida e ainda para alguns grupos especiais, como gestantes, idosos e imunossuprimidos.

    Tanto a quantidade de doses como os intervalos são definidos pelo Ministério da Saúde. No entanto, existem algumas diferenças entre o regime aplicado nos postos de saúde e nas clínicas privadas.

    Não se preocupe: isso não compromete em nada a eficácia nem a excelência do PNI (Programa Nacional de Imunização) brasileiro, considerado referência no mundo todo.

    Por exemplo: aos três meses, as crianças devem receber a primeira dose da vacina meningocócica C, que protege contra a meningite tipo C. No calendário privado, o imunizante aplicado é a ACWY, que protege o bebê também dos sorogrupos A, W e Y.

    Esse imunizante também existe no SUS, mas o calendário recomendado pelo governo é que ele seja aplicado mais para frente, a partir dos 11 anos de idade.

    As clínicas também recomendam a aplicação da meningocócica B para ampliar ainda mais o espectro de proteção contra a doença meningocócica.

    Para facilitar o entendimento, dividimos o calendário vacinal em duas partes: na primeira, você encontra todas as vacinas essenciais desde o nascimento até os nove anos.

    Na segunda estão os calendários específicos para adolescentes, adultos, gestantes, pessoas com diabetes, HIV, câncer e pessoas transplantadas de hematopoiéticas (TCTH).

    Calendário de vacinação infantil (0-9 anos)

    A primeira vacina deve ser dada logo após o nascimento, tamanha a importância dessa proteção já no início da vida do bebê. Durante toda a infância, outros imunizantes são aplicados para ajudar a construir uma defesa imunológica mais sólida até a vida adulta.

    Infográfico: Alessandro Datcho

    Calendário de vacinação para adolescentes (10-19 anos)

    Essa fase da vida também requer cuidados com a vacinação, já que o corpo em formação do adolescente ainda precisa receber alguns reforços de vacinas aplicadas durante a infância. Confira quais são elas:

    • Hepatites A e B: adolescentes não vacinados anteriormente devem receber as três doses a partir dos 10 anos
    • Meningocócica ACWY: reforço aos 11 anos
    • Meningocócica B: duas doses para suscetíveis não vacinados anteriormente
    • Influenza: 1 dose anual
    • Varicela (catapora): duas doses para suscetíveis. Para menores de 13 anos: intervalo de três meses. A partir de 13 anos: intervalo de um a dois meses
    • Sarampo-Caxumba-Rubéola (SCR): duas doses para suscetíveis não vacinados anteriormente
    • Dengue: recomendada apenas para adolescentes soropositivos; esquema de três doses com intervalo de seis meses (0 – 6 – 12 meses)

    Observação: reforços de outras vacinas podem ser aplicados de acordo com risco epidemiológico e campanhas feitas de forma pontual em cidades e estados.

    Calendário de vacinação para adultos (20-59 anos)

    Embora se fale muito em vacinar as crianças, os adultos também precisam prestar atenção ao calendário e receber reforços de alguns imunizantes para garantir uma proteção duradoura contra doenças. Confira a seguir:

    • Tríplice viral (sarampo,caxumba e rubéola): duas doses para suscetíveis não vacinados anteriormente. Não há evidências que justifiquem uma terceira dose como rotina, mas a aplicação pode ser recomendada em situações de risco epidemiológico, como surtos de caxumba e/ ou sarampo
    • Hepatites A e B: adultos não vacinados anteriormente e suscetíveis, devem ser vacinados para as hepatites A e B
    • Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche): reforço a cada 10 anos. Para indivíduos que pretendem viajar para países nos quais a poliomielite é endêmica, recomenda-se a vacina dTpa combinada à pólio inativada (dTpa-VIP)
    • Influenza: 1 dose anual
    • Pneumocócica: a vacinação entre 50-59 anos fica a critério médico. Esquema sequencial de VPC13 e VPP23 é recomendado rotineiramente para indivíduos com 60 anos ou mais
    • Herpes zoster: uma dose a critério do médico a partir dos 50 anos
    • Dengue: contraindicada após os 45 anos

    Calendário de vacinação para gestantes

    A gestante com um calendário de vacinação em dia garante não só a sua proteção, mas também a de seu bebê, uma vez que os anticorpos obtidos são transferidos para o bebê. Confira a seguir quais imunizantes são recomendados e aqueles que devem ser evitados.

    • Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche): 1 dose a partir da 20ª semana de gestação
    • Influenza: 1 dose anual em qualquer período da gestação
    • Hepatite B: três doses no esquema de intervalo 0 – 1 – 6 meses para aquelas não vacinadas anteriormente
    • Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): contraindicada
    • Varicela (catapora): contraindicada
    • Dengue: contraindicada
    • HPV: contraindicada

    Observação: reforços de outras vacinas podem ser aplicadas de acordo com risco epidemiológico e campanhas feitas de forma pontual em cidades e estados.

    Calendário de vacinação para pessoas com diabetes

    Nem todos sabem, mas pessoas com diabetes, ou seja, com alta concentração de açúcar no sangue, possuem um calendário específico de vacinação por estarem mais propensas a contrair infecções e sofrer com complicações delas. Além das vacinas recomendadas de acordo com a faixa etária, são especialmente recomendadas para pessoas diabéticas as seguintes vacinas:

    • Influenza: 1 dose anual
    • Pneumocócicas: esquema sequencial de VPC13 e VPP23  

    Calendário de vacinação para pessoas com HIV

    Por terem o sistema imunológico comprometido, os portadores de HIV devem seguir um calendário específico de vacinação para reforçar as defesas e reduzir a chance de infecções oportunistas.

    • Influenza: 1 dose anual
    • Pneumocócicas: Esquema sequencial de VPC13 e VPP23
    • HPV: 3 doses a partir de 9 anos de idade
    • Hepatite B: 4 doses com o dobro da dose recomendada para a idade no esquema 0-1-2 e 6 meses

    Importante:

    1. Se a BCG não for aplicada ao nascimento e a criança estiver infectada e imunocomprometida, a vacinação estará contraindicada;
    2. Em caso de imunossupressão grave, as vacinas vivas atenuadas estão contraindicadas: pólio oral (VOP), febre amarela, SCR, varicela, SCR-V, herpes zóster e dengue. A VOP deve ser substituída pela vacina polio inativada (VIP);
    3. A vacina rotavírus pode ser administrada de acordo com o calendário.

    Calendário de vacinação para pessoas com câncer

    Assim como os portadores de HIV, os pacientes de câncer têm um calendário especial para reforçar o sistema imunológico – que costuma estar comprometido pela doença ou pelos tratamentos realizados.

    • Influenza: 1 dose anual
    • Pneumocócicas: esquema sequencial de VPC13 e VPP23
    • Meningocócicas conjugadas (C ou ACWY): durante a imunossupressão, uma dose de reforço a cada cinco anos
    • Meningocócica B: aplicar até 50 anos nos indivíduos não vacinados anteriormente

    Importante:

    1. As doses das vacinas aplicadas durante tratamentos imunossupressores deverão ser repetidas após a interrupção do tratamento e paciente imunocompetente;
    2. Durante imunossupressão grave, as vacinas vivas atenuadas estão contraindicadas: BCG, rotavírus, pólio oral (VOP), febre amarela, SCR, varicela, SCR-V***, herpes zóster e dengue. A VOP deve ser substituída pela vacina polio inativada (VIP).

    Vacinação para pessoas transplantadas de células-tronco hematopoiéticas (TCTH)

    Alguns tipos de transplantes, como os realizados para tratamento de linfoma ou leucemia, tornam o indivíduo mais suscetível à infecção. No entanto, como o procedimento interfere no sistema imunológico do paciente, nestes casos, é importante que ele seja orientado de forma individualizada pelo médico responsável, garantindo assim a proteção das vacinas de forma segura.

    *Colaborou nesta matéria a jornalista Danielle Sanches

    Encontrou a informação que procurava?
    nav-banner

    Veja também