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    Quando testar crianças com sintomas gripais?

    Doenças são comuns no público infantil no inverno, mas testagem frequente impõe desafios

    Por Danielle SanchesPublicado em 06/07/2022, às 21:43 - Atualizado em 25/05/2023, às 14:07
    Foto: Shutterstock

    A temporada das doenças respiratórias no público infantil surpreendeu até mesmo os pediatras mais experientes neste ano. Dados do Ministério da Saúde indicam que, nos quatro primeiros meses, houve um aumento de 30% nas internações de crianças de até cinco anos por SRAG (síndrome respiratória aguda grave) em relação ao mesmo período do ano passado.  

    De acordo com Alberto Chebabo, presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), os principais causadores desse quadro são o novo coronavírus e o VSR (vírus sincicial respiratório), responsável por quadros de bronquiolite, especialmente em recém-nascidos e bebês.  

    No entanto, como as síndromes gripais têm sintomas semelhantes com a Covid-19 – como tosse, coriza, congestão nasal, dor de garganta e febre – e estão acontecendo ao mesmo tempo, os pais se veem diante de um dilema: devo testar meu(minha) filho(a) sempre que houver algum desses sintomas? 

    Avaliando o cenário 

    Oficialmente, a recomendação é de que qualquer indivíduo seja testado se tiver algum sinal que possa ser de Covid-19. No entanto, Chebabo afirma que, no caso das crianças, a testagem contínua é difícil simplesmente porque esses sintomas estão presentes de forma muito frequente no dia a dia desse grupo, em especial durante o outono e inverno. 

    +LEIA MAIS: Veja as diferenças entre testes da Covid-19

    “Sabemos que nem sempre é possível seguir a recomendação oficial de testagem nesses casos”, explica. “A orientação então é isolar a criança, ou seja, mantê-la afastada da escola até que os sintomas desapareçam.”  

    O especialista reforça, no entanto, que não há uma resposta certa e que os pais devem procurar agir com bom senso. “Esse é um problema novo que estamos enfrentando e, na dúvida, os pais devem procurar a orientação do pediatra que acompanha a criança”, afirma.  

    Chebabo também lembra que, entre as crianças que já usam máscara, o ideal é manter o uso do acessório em salas de aula, bem como as medidas de higiene. 

    Quando procurar ajuda? 

    Com os pronto-socorros infantis de todo o País cheios, a recomendação é de que os pais busquem atendimento médico apenas em situações de urgência.  

    Segundo a infectologista Sumirê Sakabe,do Hospital 9 de Julho, os sinais de que a criança precisa de atendimento rápido são:  

    • Dificuldade para comer e beber; 
    • Prostração/sem reação a estímulos; 
    • Dificuldade para respirar ou falar; 
    • Quadros gripais que não apresentam melhora depois de cinco dias 

    A febre também é um sinal importante: se estiver alta, acima dos 38.5°C, e não ceder após o uso de antitérmico, requer avaliação especializada.  

    Atualmente, alguns hospitais oferecem, além do teste RT-PCR para a Covid-19, o exame chamado painel viral, que avalia a presença de um grupo de vírus causadores de doenças comuns na infância, como influenza, parainfluenza, enterovírus e VSR, entre outros.  

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