A vacina contra coqueluche é de extrema importância, uma vez que o aumento da incidência da doença foi relatado em muitos países e representa um problema de saúde pública global.
Um estudo publicado em no Brasil em 2015 mostrou que foram relatados, entre janeiro de 2007 e dezembro de 2014, 80.068 casos suspeitos da doença e 24.612 (32%) foram confirmados por critérios clínicos, epidemiológicos ou laboratoriais.
O estudo mostrou que a média anual de casos confirmados foi de 1.226 por ano entre 2007 e 2011, atingindo 6.161 casos anuais entre 2012 e 2014.
Após esse período, o número de infectados diminuiu progressivamente graças ao aumento da cobertura vacinal.
As vacinas de coqueluche são combinadas com os toxoides da difteria e do tétano para produzir a tríplice bacteriana acelular do tipo adulto.
Em crianças, estão disponíveis vacinas pentavalentes e hexavalentes que contêm também a vacina hepatite B, os antígenos de Haemophilus influenzae tipo b e poliovírus inativados.
No Brasil, a imunização para coqueluche na rede pública é realizada com 3 doses da vacina DTPw-HB/Hib aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade, seguidas por dois reforços de DTP aos 15 e 48 meses de idade da criança.
Em 2014, a vacina dTpa passou a fazer parte do Calendário de Vacinação da Gestante com o objetivo de diminuir a incidência e mortalidade por coqueluche em recém-nascidos.
Sim, a imunização não confere proteção permanente contra novas ou outras infecções. É importante que crianças que já tiveram alguma das doenças do tétano, difteria e coqueluche, sejam imunizadas.
A imunidade adquirida pela vacina pode fornecer proteção contra coqueluche por 4-8 anos após um esquema completo de três doses e dos reforços que são aplicados dos 15 aos 48 meses.
A vacina deve ser aplicada também em gestantes, pois permite a transferência transplacentária de anticorpos para o bebê antes do nascimento, protegendo-o durante os primeiros meses de vida, justamente quando a criança ainda não completou as três doses necessárias para ficar protegida contra a coqueluche.
Na rede privada a vacina dTpa também está disponível para adolescentes, adultos e pessoas de mais de 60 anos, que podem com isso manter a sua proteção contra a coqueluche se vacinando a cada 10 anos.
A coqueluche é uma infecção respiratória aguda altamente contagiosa, causada pela bactéria Gram-negativa Bordetella pertussis. A doença não se limita a uma idade específica, já que qualquer pessoa de qualquer faixa etária pode se contaminar, porém, afeta de forma mais grave bebês, principalmente aqueles abaixo dos 6 meses de idade. É uma doença que progride rapidamente, em muitos casos, podendo levar à morte.
Na maioria dos casos fatais da doença, os pacientes desenvolvem broncopneumonia causada pela Bordetella pertussis ou uma co-infecção por outras bactérias.
A boa notícia é que a coqueluche é uma doença evitável por vacina. Em países que alcançaram uma boa cobertura vacinal, o número de casos, diminuiu drasticamente.
A causa da coqueluche é a infeção pela bactéria Bordetella pertussis que se instala na garganta (nasofaringe), progredindo para uma tosse frequente e dificuldade respiratória.
O período de incubação da coqueluche é de 5 a 21 dias. Os primeiros sintomas geralmente são apneia ou dificuldade respiratória. É uma doença caracterizada por uma tosse paroxística e que pode persistir por semanas. A bactéria infecta o epitélio respiratório da traqueia, brônquios e bronquíolos, causando acúmulo de muco nas vias aéreas e pode causar febre e cianose (cor azulada ou acinzentada da pele, das unhas, dos lábios ou ao redor dos olhos).
Os sintomas, principalmente no início, podem ser parecidos com o de outras infecções respiratórias, como a gripe por exemplo, portanto os casos devem ser confirmados por critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais.
O tratamento é realizado com antibióticos e pode ser necessária a internação hospitalar com o auxílio do suporte ventilatório ou oxigenação extracorpórea por membrana, principalmente quando a doença atinge bebês.
Veja também: Vacinas na gravidez: as vacinas indispensáveis no período de gestação
Veja onde se vacinar em Locais de Aplicação
Fontes
Elsevier
Guimarães et al. BMC Infectious Diseases (2015)
Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 29(2):e2019280, 2020. Original Article.
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