O novo coronavírus está se espalhando pelo mundo de forma significante e, em poucos meses após sua primeira aparição em Wuhan na China, já foi confirmado em todos os continentes do mundo, com exceção da Antártica. No Brasil o primeiro caso foi confirmado em 26 de fevereiro, na cidade de São Paulo e o vírus tem se espalhado rapidamente.
Com isso, o Ministério da Saúde resolveu antecipar a campanha de vacinação nacional contra a gripe. A campanha que costuma acontecer em abril foi antecipada para o mês de março.
Entenda aqui o porquê o Ministério da Saúde adotou essa medida, se você estará protegido contra o coronavírus (COVID-19) e porque tomar a vacina da gripe é importante.
Os coronavírus fazem parte de uma família de vírus que causam infecções respiratórias e que estão por toda parte. Entre os sintomas mais comuns numa infecção pelo coronavírus (COVID-19) estão a febre, tosse e dificuldade em respirar. O período de tempo entre ser infectado pelo vírus e o surgimento dos primeiros sintomas é chamado de período de incubação e varia de pessoa para pessoa, pode chegar entre 1 a 14 dias. O tempo médio de surgimento dos sintomas para a COVID-19 na população em geral têm sido de cinco dias.
No final de dezembro de 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recebeu um alerta sobre diversos casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na China. Em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram a identificação de um novo tipo de coronavírus, responsável por causar a doença chamada de COVID-19. Até então, não havia relatos deste tipo de vírus identificado em seres humanos.
Até 16 de março de 2020, a transmissão se dá principalmente de pessoa a pessoa e já são mais de 114 países que confirmaram casos, sendo a maioria na China. O primeiro caso no Brasil foi confirmado em 26 de fevereiro, e em menos de 15 dias já haviam mais de 20 casos espalhados pelos estados de SP, RJ, BA e MG. Em 11 de março de 2020, a doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) foi caracterizada pela OMS como uma pandemia, este termo se refere à distribuição geográfica de uma doença e não está relacionado à sua gravidade.
Apesar da medida de antecipação da campanha de vacinação, é primordial entender que a Vacina Influenza (gripe) não protege e nem aumenta a resistência para a infecção por qualquer tipo de coronavírus.
As indicações do Ministério da Saúde e das sociedades científicas para a vacinação antecipada para a gripe, neste momento, são uma estratégia para prevenção e diminuição de casos de gripe no outono/inverno e para auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as doenças causadas por influenzas (gripe) na triagem e acelerar o processo de diagnóstico para a COVID-19.
Apesar de não apresentar eficácia contra nenhum tipo de coronavírus, ao descartar a influenza logo no início do procedimento de triagem e, consequentemente, acelerar o início dos atendimentos específicos e, desta forma, contribuir para evitar maiores complicações de saúde nos grupos de risco (gestantes, crianças e idosos), historicamente mais vulneráveis, a vacinação da população pode fazer uma grande diferença ao lidar de forma ágil, a nível nacional, com o coronavírus (COVID-19).
A proteção ao sistema imunológico, que é promovida pela vacinação, é a estratégia mais eficiente conhecida até hoje para a prevenção de doenças infecciosas. Manter o calendário vacinal sempre atualizado permite com que as doenças na população fiquem sob controle do ponto de vista epidemiológico, deixando a população mais saudável.
Até o presente momento não existem tratamentos específicos para a atual infecção pelo novo coronavírus. Segundo a ANVISA, o tratamento indicado é repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso. Nas situações em que houver uma persistência dos sintomas ou uma dificuldade respiratória, é necessário procurar um serviço médico.
Importante alertar que, quando surgem os primeiros sintomas, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento. A maioria das pessoas apresenta boas respostas aos tratamentos e cuidados de suporte, com boa recuperação. Procurar quando houver persistência dos sintomas e vínculo epidemiológico, isto é, contato com um paciente que tenha já contraído o vírus ou que tenha vindo de uma região ou país em que a circulação é intensa.
Além do explicado acima, mesmo não tendo ação direta contra o coronavírus (COVID-19), a vacina da gripe (influenza) é de fundamental importância na prevenção do indivíduo contra o adoecimento e/ou futuras complicações mais graves que possam levar à internações ou até mesmo, em algumas situações, para indivíduos mais vulneráveis ao óbito.
Algumas pessoas são mais vulneráveis a complicações respiratórias como pneumonias e inflamações cardíacas. A vacina da gripe ainda contribui para reduzir a circulação deste vírus no meio ambiente, o que é de fundamental importância para que aqueles indivíduos que não podem tomar a vacina fiquem mais seguros.
A Campanha Nacional de Vacinação, que foi antecipada para março (23), em vez de iniciar na segunda quinzena de abril, tem como principal público-alvo: gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), crianças de seis meses a seis anos (cinco anos, 11 meses e 29 dias), idosos (a partir dos 60 anos), historicamente mais vulneráveis à doença, que pode levar à óbito; Também fazem parte do público-alvo: trabalhadores da saúde, professores, portadores de doenças crônicas e outras categorias de risco clínico.
As pessoas que estão fora dos grupos de risco cobertos pela rede pública podem, de qualquer forma, se proteger tomando a vacina em clínicas particulares de vacinação.
Ano a ano a Organização Mundial da Saúde (OMS) fornece orientações da composição das novas vacinas para gripe. A vacina Influenza contém partes de diferentes vírus da gripe, definidas conforme as orientações da OMS, com base em informações recebidas do mundo inteiro sobre a prevalência dos tipos de vírus circulantes. Dessa forma, a vacina da gripe muda todo ano para conferir proteção contra os tipos de vírus mais comuns naquela época. Essa vacina é inativada, ou seja, não apresenta nenhum risco de causar a doença, ela apenas orienta o sistema de defesa a como se defender. As vacinas estimulam o sistema imunológico a produzir agentes de defesa, chamados de anticorpos e células, que atuam contra os agentes que provocam as doenças infecciosas.
A vacina influenza 2020 contém os 2 sorotipos de influenza A e os 2 sorotipos de influenza B que mais circularam no ano de 2019:
A/Brisbane/02/2018 (H1N1) pdm09
A/South Australia/34/2019 (H3N2)
B/Washington/02/2019 (Victoria)
B/Phuket/3073/2013 (Yamagata)
Na rede pública, a vacina trivalente está disponível para os chamados grupos prioritários pelo Ministério da Saúde, em relação ao maior risco de adoecimento e possibilidade de evolução para quadros graves.
Na rede privada as vacinas trivalente e tetravalente estão disponíveis para pessoas a partir de seis meses, sem restrições de idade.
Em meio aos riscos do novo coronavírus, independentemente da indicação de uso de proteção ou não, é importante que a população se vacine contra a gripe seja através da rede pública, com a vacina trivalente, ou na rede particular com a tetravalente
Outras boas práticas para se prevenir, tanto contra o novo coronavírus quanto em relação à gripe, são:
Aqui estão as principais dúvidas em relação ao coronavírus (COVID-19) e à vacina da gripe, respondidas:
No momento, ainda não há uma vacina disponível contra o novo coronavírus.
Até o momento, não há medicamento antiviral específico para tratamento do coronavírus (COVID-19). As pessoas infectadas recebem cuidados para alívio dos sintomas e aquelas com doenças graves ou com visível agravo do quadro devem ser hospitalizadas para tratamento. A maioria das pessoas apresentam boas respostas aos tratamentos e cuidados de suporte tendo boa recuperação.
Os sintomas do coronavírus (COVID-19) dependem do vírus, há sintomas comuns como febre, tosse e dificuldade de respirar, sintomas que se assemelham, bastante, ao resfriado comum. Em casos mais graves a infecção por coronavírus (COVID-19) pode causar pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, em alguns casos insuficiência renal e até evoluir ao óbito.
Para evitar a infecção pela COVID-19, são importantes cuidados gerais como:
Não, a vacina contra a gripe (influenza) não protege contra o novo coronavírus.
Vacinar-se contra a gripe (influenza) evitará uma infecção respiratória que pode ser grave e as complicações que possam decorrer dela.
Isso diminuirá também a possibilidade de confundir sintomas de gripe com os do novo coronavírus.
A vacina influenza 2020 contém os 2 sorotipos de influenza A e os 2 sorotipos de influenza B que mais circularam no ano de 2019
A/Brisbane/02/2018 (H1N1) pdm09
A/South Australia/34/2019 (H3N2)
B/Washington/02/2019 (Victoria)
B/Phuket/3073/2013 (Yamagata)
Não, a vacina influenza disponível no Brasil é feita com vírus inativados e não tem risco de causar gripe.
A vacina pode ser aplicada a partir dos 6 meses de idade.
Crianças a partir de 6 meses até 9 anos nunca vacinadas contra influenza devem receber duas doses da vacina com intervalo ideal de 4 semanas
O intervalo mínimo entre as doses é de 21 dias
Nos demais casos, aplica-se uma única dose a cada ano
Sim, a vacina influenza pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas. Também não há necessidade de nenhum intervalo para a aplicação de vacinas antes ou depois.
Veja onde se vacinar em Locais de Aplicação
Referências Bibliográficas:
Saúde.Gov
Autoras:
Profa. Dra. Camila de Melo Accardo
Biomédica
CV: htttp://lattes.cnpq.br/5215109857014880
Profa. Ms. Midiã Dias de Jesus Seno.
Biomédica
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