A vacinação de bloqueio é indicada em situações de surto e deve ser utilizada de acordo com a situação vacinal analisada previamente.
Essas análises incluem epidemiologia, características da população e a área geográfica de ocorrência dos casos.
Todos esses procedimentos precisam estar relacionados com a campanha de vacinação e normas do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde (PNI/MS).
O que é vacinação de bloqueio?
A vacinação de bloqueio consiste em imunizar toda a comunidade em casos de surtos de doenças. O principal objetivo desse tipo de vacinação é impedir que novas ocorrências de determinada enfermidade apareçam. Quando são registrados casos de alguma doença em uma comunidade, as autoridades de Saúde são responsáveis por tomar a decisão de vacinar essas pessoas para reduzir o número de infectados e a transmissão.
Como ocorre o bloqueio vacinal?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações, um bom exemplo de como ocorre o bloqueio vacinal é a vacinação de bloqueio contra a doença meningocócica (meningite), cujo período de incubação, ou seja, o tempo que a doença demora para se manifestar, é curto. A vacinação de bloqueio não impedirá que a doença não se manifeste em pessoas que já foram contaminadas, mas servirá para proteger aqueles que ainda não tiveram contato com a bactéria e que fazem parte do convívio de pessoas infectadas. O objetivo é impedir a transmissão.
Vacina tríplice viral nas medidas de prevenção e controle
Quando há um caso suspeito de sarampo ou rubéola, é necessário realizar buscas em locais frequentados pelo indivíduo acometido, com o objetivo de identificar outros casos. Essa pesquisa inclui a análise de residências, creches, colégios, centros de saúde, hospitais, farmácias, quartéis e outros.
A melhor medida de controle, além do isolamento em caso de suspeita dessas doenças, é fazendo a vacinação de bloqueio com a vacina tríplice viral junto com uma equipe especializada em imunizações.
Recomenda-se que essa vacinação de bloqueio seja feita no prazo máximo de até 72 horas após o contato com o caso suspeito ou confirmado de sarampo.
Sobre a vacina tríplice viral
A vacina tríplice viral, que confere proteção contra o sarampo, rubéola e caxumba, é recomendada pelo Ministério da Saúde desde 2013, devendo ser administrada uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina tetraviral (que confere proteção contra o sarampo, rubéola, caxumba e varicela) aos 15 meses de idade.
Quem deve tomar a vacina de sarampo-caxumba-rubéola são crianças, adolescentes e adultos. Trata-se de uma vacina atenuada, contendo vírus vivos enfraquecidos do sarampo, da rubéola e da caxumba.
As reações da vacina do sarampo-caxumba-rubéola normalmente acometem apenas uma pequena parcela das pessoas vacinadas, sendo considerada pouco reatogênica.
A vacina tríplice viral pode ser encontrada gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde, no esquema de duas doses para pessoas de 12 meses a 29 anos e uma dose para adultos entre 30 e 59 anos.
Além disso, em casos de surtos, o Ministério da Saúde pode realizar campanhas vacinais.
Já nos serviços privados de vacinação, o imunizante está disponível para crianças, adolescentes e adultos de qualquer idade.
Diferença entre a “vacina do calendário de rotina” e a “vacina de bloqueio” contra o sarampo
- Vacina do calendário de rotina: Para se proteger contra o sarampo, é necessário tomar as duas doses da vacina. Todas as faixas etárias devem ser vacinadas para evitar que novos surtos da doença aconteçam. Indica-se que todos vejam se em suas carteiras vacinais constam as duas doses.
- Vacina de bloqueio: Recomendada em épocas de surtos. Essa vacina deve ser aplicada em comunidades que relatem casos de sarampo. Seu objetivo é evitar a transmissibilidade, “bloqueando” o vírus.