Doenças erradicadas, melhor qualidade de vida, mais de 3 milhões de vidas salvas e imunização contra doenças que podem levar ao câncer – tudo alcançado por meio de um programa de saúde acessível e seguro: a vacinação. Porém, há quem olhe com desconfiança para as vacinas, alimentando polêmicas muitas vezes fundamentadas em fake news.
A desconfiança das vacinas sempre esteve presente, porém em pequena proporção. Foi no ano de 1998 que o assunto ganhou mais espaço, através de um estudo publicado em uma revista científica britânica, que relacionava a vacina tríplice viral com ocorrências de autismo. Tempos depois foi descoberto que o estudo se valeu de diversas informações falsas. No entanto, ele já havia alcançado um número significativo de pessoas que passaram a acreditar nele.
No mundo todo o movimento antivacinação tem diversas motivações ideológicas, religiosas e até políticas. No Brasil, a descrença na eficácia das vacinas ganha adeptos, principalmente, através de notícias falsas e teorias da conspiração, espalhadas pela internet.
Para combater a desinformação que cerca o assunto, apresentamos alguns mitos e verdades sobre a vacinação.
MITO. É importante entender o que são as vacinas. Os agentes infectocontagiosos presentes nas vacinas estão em sua forma atenuada. Ao entrar na corrente sanguínea, esses agentes são reconhecidos como corpos estranhos, o que provoca a produção de anticorpos para combatê-los. Assim, a doença não se instala e, na próxima vez que alguém tiver contato com esse vírus ou bactéria, a resposta imunológica do organismo será mais rápida e eficaz.
MITO. O único fator que impede o retorno de uma doença quase erradicada é, justamente, a vacina. A volta do sarampo ilustrou esse cenário. Doenças como a poliomielite e a difteria correm o mesmo risco.
DEPENDE. Cada vacina tem uma contraindicação e um grupo de risco, isto é, um grupo de pessoas mais vulneráveis a contrair a doença, portanto, que devem se vacinar com mais urgência. Para algumas vacinas, diabéticos e hipertensos, por exemplo, têm prioridade; para outras, têm contraindicação. Por isso, caso você tenha alguma doença crônica como diabetes, doenças autoimunes, hepáticas, cardíacas, entre outras é preciso consultar um médico antes de se vacinar.
MITO. Quem não mora em áreas de risco e não se vacina pode contrair a doença pelo contato com alguém que já esteja contaminado ou por transitar por áreas mais expostas à doença, podendo, inclusive, contaminar os outros. Com isso, essa área de risco pode aumentar.
MITO. A rede pública oferece uma quantidade considerável de vacinas e das mais importantes. No entanto, é importante salientar que muitas vacinas oferecidas pelo sistema público de saúde estão disponíveis apenas para determinados grupos ou faixas etárias. Por exemplo, a vacina da varicela é oferecida somente para crianças com até 4 anos de idade, mas os adultos que não tomaram na infância devem se vacinar na idade atual e, assim, deverão procurá-la em laboratórios particulares.
Algumas vacinas como a Meningo B, estão presentes apenas na rede privada.
MITO. Mesmo pessoas com ótima saúde estão expostas a vírus e bactérias. Só a vacina pode imunizar os indivíduos.
VERDADE. Mulheres gestantes ou em fase de amamentação, crianças muito pequenas, pessoas com órgãos transplantados, pessoas com doenças crônicas (como visto acima), entre outras devem passar por um médico que avalie se elas devem ou não se vacinar.
DEPENDE. Há efeitos adversos que podem ocorrer, como febre e dor de cabeça, mas eles tendem a desaparecer rapidamente. Efeitos colaterais graves são muito raros.
VERDADE. Sempre ao planejar uma viagem é importante se informar sobre a necessidade de vacinas para cada país. Em certos locais, o risco de contrair determinadas doenças é maior, dependendo também do tipo de viagem e atividades que irá realizar. Ao fazer uma viagem para o Panamá, por exemplo, é importante ter tomado a vacina febre amarela. Em alguns casos também é exigido o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia-CIVP, um documento que comprova internacionalmente que a pessoa está vacinada de acordo com as exigências do local.
VERDADE. Algumas vacinas são fracionadas e devem ser tomadas periodicamente. O atraso de uma dose é comprometedor à saúde. Consulte o calendário de vacinação.
Quando o assunto é vacinação, há muitas notícias falsas por aí. Procure um médico e informe-se!
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