Varíola do macaco e humana: o que são, sintomas e tratamento


Autora: Dra. Maria Isabel de Moraes Pinto 
Médica infectologista



Varíola dos macacos (monkeypox) é a denominação da infecção causada pelo contato com animais ou pessoas que estejam portando o vírus.   

Trata-se de uma doença que causa sintomas semelhantes à varíola humana, porém com menores taxas de transmissão e letalidade.  

É extremamente importante estar atento aos sintomas característicos, formas de prevenção e saber a hora de procurar auxílio médico para tratamento.  

O que é varíola humana? 

A varíola é uma doença infectocontagiosa que foi considerada erradicada em 1980.  

Era uma condição caracterizada por lesões presentes preferencialmente na face e nas extremidades e que podia evoluir para casos graves e morte. As pessoas que sobreviviam costumavam ficar com cicatrizes dessas lesões, especialmente na face. 

Sintomas de varíola humana  

Os principais sintomas da varíola humana eram:  

  • Febre; 

  • Mal-estar geral; 

  • Aparecimento de lesões na pele que afetavam todo o corpo, sendo predominantemente na face, membros superiores e inferiores. Podiam surgir lesões extensas e profundas, que deixavam cicatrizes. 

Febre e mal-estar também podem indicar infecção por SARS-CoV-2. Em caso de dúvidas, agende seu teste de covid-19.
 

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Tratamento da varíola humana  

A varíola humana foi considerada erradicada, mas, quando ela existia, antes da década de 1980, não havia um tratamento específico para a doença e, sim, um tratamento sintomático. 

Existe vacina para varíola humana?  

Sim, existe uma vacina para varíola humana, mas que deixou de ser administrada quando a OMS declarou que a doença estava erradicada. 

Pessoas nascidas antes de 1980 eram habitualmente vacinadas contra esse vírus. A vacina era aplicada no braço e deixava uma cicatriz de cerca de 1 cm de diâmetro. 

O que é varíola dos macacos (monkeypox)? 

Varíola dos macacos é o nome dado à infecção que acomete pessoas que entram em contato com animais ou pessoas que estejam portando o vírus, que é parecido com o vírus causador da varíola humana, mas não é o mesmo.   

Apesar do nome, é importante dizer que o reservatório desse vírus não é o macaco, mas, sim, roedores comuns em certas regiões da África. Nesses locais, a infecção não é incomum. 

Como a varíola do macaco é transmitida? 

Varíola é causada por um vírus DNA, pertencente ao gênero Orthopoxvirus, da subfamília Chordopoxvirinae, da família Poxviridae. 

A forma de transmissão é de pessoa para pessoa, através de contato com as lesões de pele, gotículas de saliva e aerossóis. 

Sintomas de varíola dos macacos  

Após o período de incubação, que é de duas a três semanas, os sintomas da varíola dos macacos são:  

  • Febre alta de início súbito; 

  • Mal-estar; 

  • Aumento de gânglios; 

  • Aparecimento de lesões em pele, predominantemente em face e membros.  

A diferença da varíola dos macacos para humana é que os sintomas são menos intensos e levam menos frequentemente a casos graves. 
 

Varíola dos Macacos - lesões em pele, predominantemente em face e membros


Tratamento para varíola dos macacos  

Não existe um tratamento específico para varíola do macaco. Caso a pessoa apresente febre, o tratamento é feito de forma sintomática, com uso de medicamentos adequados. 

Lesões da varíola dos macacos deixam cicatrizes?

As lesões da varíola dos macacos podem deixar cicatrizes. Em alguns casos são cicatrizes hipocrômicas, ou seja, mais claras que a cor de pele original. Outras vezes, são cicatrizes com uma cor mais forte que a cor natural da pele. 

Esse tipo de marca pode demorar bastante tempo para desaparecer e, eventualmente, pode permanecer. 

Diferente das lesões causadas pela varicela, as lesões da varíola tendem a deixar mais cicatrizes.

Existe vacina para varíola dos macacos?  

Atualmente existe uma vacina desenvolvida para a varíola do macaco, que foi aprovada em 2019, porém ainda não está amplamente disponível.  

A OMS está coordenando juntamente com o laboratório fabricante a melhor forma de acesso à vacina.   

Como a infecção é rara, a vacinação universal não é indicada, mas pode vir a ser recomendada como profilaxia nos contactantes de um caso, ou seja, na forma de prevenção pós-infecção. 

Alguns estudos sugerem que as pessoas que foram vacinadas no passado contra a varíola humana possam ter algum grau de proteção contra a varíola do macaco.   

Entretanto, primeiramente é necessário considerar que as pessoas que se imunizaram foram aquelas que nasceram antes de 1980. Além disso, embora a vacina confira uma proteção duradoura, não é possível ter certeza absoluta que esses indivíduos estariam livres de apresentar quaisquer sintomas, caso entrem em contato com a varíola dos macacos. 

Como prevenir a varíola do macaco? 

A prevenção baseia-se no isolamento da pessoa suspeita de infecção, de modo a impedir que as outras pessoas se contaminem. Nesse momento, a recomendação é que, se um indivíduo apresentar sintomas sugestivos de varíola do macaco, se dirija ao médico para que ele o avalie e faça as recomendações pertinentes e o diagnóstico adequado, por meio do exame para varíola dos macacos.  

No momento, não parece haver um risco de pandemia pela varíola dos macacos. Mas é fundamental que as pessoas saibam que a doença tem aparecido em muitos países e, caso entrem em contato com um caso suspeito, sejam isoladas para que diminua a chance de disseminação.  

Além disso, os médicos que suspeitarem de um caso de varíola de macaco devem fazer uma notificação imediata para iniciar uma investigação que confirme ou descarte o diagnóstico.

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