A varíola foi considerada erradicada no dia 8 de maio de 1980 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença foi a mais catastrófica da história mundial.
Para imaginar o tamanho de sua grandeza, durante os 80 anos em que esteve ativa, a varíola fez mais de 300 milhões de vítimas e esse número é muito superior ao de outras doenças, tais como tuberculose, gripe espanhola e Aids.
Graças a ampla produção das vacinas, foi possível erradicar a doença que mais causou mortes num curto espaço de tempo na história da humanidade.
A varíola foi uma doença infectocontagiosa exclusiva do homem que fez milhões de vítimas em todo o mundo.
Quando infectava o organismo, o vírus da varíola tinha um tempo de incubação de 7 a 17 dias. Após esse período ele se estabelecia na garganta e nas fossas nasais, causando sintomas como febre alta, mal-estar, dor de cabeça e dor nas costas. Normalmente esses sintomas permaneciam de 2 a 5 dias.
Logo depois, a doença se manifestava de uma forma mais violenta e os sintomas comuns eram erupções avermelhadas, que apareciam na garganta, boca, rosto e depois se espalhavam pelo corpo.
Com o passar do tempo, essas erupções evoluíam e se transformavam em pústulas (pequenas bolhas cheias de pus), que causavam coceira intensa e dor.
Existiam dois tipos de varíola: a varíola major, que era o tipo mais radical da doença e apresentava cerca de 30% de letalidade; e a varíola minor, também conhecida como alastrim, que era o tipo mais ameno.
A doença foi erradicada (extinta) após diversas estratégias de programas e ações combinadas pela OMS em vários países.
A importância da vacinação não pode ser questionada, uma vez que foi a principal responsável por controlar a varíola.
A varíola era causada por um vírus DNA, pertencente ao gênero Orthopoxvirus, da subfamilia Chordopoxvirinae, da família Poxviridae.
A única forma de transmissão da doença é de pessoa para pessoa, através de gotículas de saliva e aerossóis, além do contato com as lesões de pele.
É importante dizer que características como idade, sexo, raça e clima não evitam e nem favorecem a transmissão da varíola.
As principais manifestações clínicas da varíola são:
A doença progredia com o aparecimento de lesões cutâneas, como mácula, pápula, vesícula, pústula e formação de crostas, durando, em média, entre 1 e 2 dias.
Os diagnósticos diferenciais da varíola eram:
O diagnóstico laboratorial baseava-se no exame direto de material de lesões da pele ou mucosas, como:
Além disso, podia ser realizado o exame de antígeno viral presente nas lesões da pele ou no soro, como:
O outro método consistia no isolamento e identificação do vírus variólico.
Não existe nenhum tratamento específico para a doença. Normalmente eram utilizadas terapias de suporte, que consistiam em manter o balanço hidroeletrolítico e os cuidados de enfermagem.
O início da varíola no Brasil ocorreu com os primeiros colonizadores e escravos no século XVI. A primeira epidemia foi registrada em 1563, na Ilha de Itaparica na Bahia, após o que a doença se disseminou para o resto do país.
A primeira campanha de vacinação contra a varíola pela OMS se iniciou em 1959, porém não foi bem-sucedida pela falta de vacinas.
Em 1965, a OMS se reorganizou e iniciou uma nova campanha em 1967, mas ainda era difícil devido à falta de recursos, pois a vacina só se mantinha ativa em temperaturas baixas, sendo necessário o uso de geladeiras.
Graças aos cientistas da época, foi possível descobrir um processo de liofilização da vacina, ou seja, de secagem e drenagem do imunizante, o que viabilizava o seu transporte sem a necessidade do uso de refrigeradores.
Ainda em 1967, a Fiocruz utilizou três pilares importantes para promover a extinção da doença.
A grande revolução ocorreu no final dos anos 60, quando a Fiocruz recebeu auxílio da OMS em formas de equipamentos, principalmente as pistolas de pressão, que foram revolucionárias para a vacinação em massa.
A campanha foi muito bem-sucedida no Brasil e no início dos anos 70 a varíola já estava erradicada no país.
A campanha de vacinação contra a varíola foi muito bem aceita no Brasil e no mundo, portanto, devido ao grande número de pessoas imunizadas, a doença foi erradicada.
A melhor forma de prevenir pandemias e surtos é se vacinando! Não se esqueça de conferir periodicamente os calendários de vacinação.
A estratégia primária de prevenção à doença é a vacina, que é mais eficaz quando aplicada antes do contato com o vírus, porém mesmo após a exposição, a vacina pode auxiliar na prevenção da doença e limitar a sua gravidade.
Manter o calendário de vacinação atualizado é extremamente necessário em todos os momentos da vida e para todas as doenças para as quais se dispõe de uma vacina.
Outro método de prevenção é a identificação rápida e o isolamento dos casos de doentes.
Fontes
Revista Manguinhos Fiocruz. Os últimos dias da varíola. Disponível: https://agencia.fiocruz.br/sites/agencia.fiocruz.br/files/revistaManguinhosMateriaPdf/RM8pag44a45FioDaHistoria.pdf
Ministério da Saúde: Guia de vigilância epidemiológica – Volume II. Influenza/Varíola. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_ll.pdf
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